Cidadão Cósmico
- Frederico Coimbra
- 27 de mai. de 2021
- 4 min de leitura
Nessa série de artigos, vou contar sobre a Jornada do Cidadão Cósmico. Como funciona essa jornada? O que ela representa?
Essa série utiliza a astrologia para nos tornarmos mais conscientes sobre nossa origem espiritual e trazer um sentido de unidade cósmica.
De início o conhecimento astrológico era utilizado apenas para fins práticos organizacionais, como plantio, colheita e navegações. Porém esse conhecimento começou a ser aplicado à leitura do comportamento humano quando passou-se a analisar o Mapa Natal do Rei. De acordo com os posicionamentos planetários no instante de nascimento do Rei, os astrólogos conseguiam prever a ocorrência de eventos dentro daquele microcosmo do reino.
O rei era o Sol, e hoje na astrologia ele representa nosso ego, nossa identidade, nosso magnetismo. Naquele tempo a vida era muito mais simples já que acontecia dentro dos limites do reino. Uma minoria super privilegiada tinha acesso aos livros, e podiam expandir sua consciência com leituras, viagens e comunicação. Mas a grande maioria das pessoas tinham um destino muito previsível.
Por correspondência, Saturno era o limite do nosso sistema solar, nossa consciência não conseguia conceber estados de consciência mais elevados que isso. Nossa realização pessoal era, e ainda é, bastante voltada para a individualidade e materialidade. Era aceitável que as crenças e deveres de um indivíduo fossem alinhadas com o sistema político ou religioso ao qual estava inserido.
Com o passar do tempo, nossos horizontes foram se expandindo, e na era do iluminismo, século XVIII, o primeiro planeta transaturnino foi observado. Em 1781, Friedrich Herschel descobriu Urano com seus telescópios. Foi a primeira descoberta de um planeta feita por um telescópio. Urano está duas vezes mais distante do Sol do que Saturno, foi uma grande expansão, e à partir dai, acessamos novos estados de consciência.
Em seguida Netuno foi descoberto em 1846 e Plutão recentemente em 1930 (ano da descoberta da fissão nuclear, quanto poder!)
Na astrologia moderna, esses 3 planetas são vistos como planetas gerancionais, aqueles que exercem influência sobre coletivos. Pessoas que nascem em um grande intervalo de tempo têm esses planetas no mesmo signo. Urano por exemplo muda de signo no zodíaco a cada 7 anos e Plutão a cada 20. Então num período de 7 anos, todas as pessoas que nascem nesse tempo têm Urano em Escorpião. Nos próximos 7 anos, Sagitário - marcam uma geração.
Quanto mais distante o planeta, menos sentimos ele em nossa individualidade, em nosso consciente. Eles interagem com nossos luminares (Sol e Lua) e planetas pessoais dando pistas sobre temas kármicos que devemos nos deparar nessa vida.
Júpiter e Saturno regem a consciência de grupo, mas muito voltados para nosso dia-a-dia, ideais filosóficos, estruturas e leis humanas. Os planetas exteriores vêm nos ensinar a consciência de grupo à partir da visão espiritual, aquela que não considera barreiras materiais como limitantes para nos relacionarmos. Espécie, raça e idade não representam mais barreiras, pois temos a consciência de sermos seres espirituais, somos todos criados na mesma fonte, habitando um corpo material.
Um grande causador de desentendimentos é a falta de comunicação, problema que está sendo sanado pela consciência uraniana, que rege as telecomunicações, a internet, as tecnologias em geral. Urano traz a consciência de grupo ao quebrar as barreiras que nos separam no nível de pensamento.
A compreensão entre as pessoas ajuda a eliminar o medo, inimigo da paz. Ainda há muito que ser feito. Netuno em seguida vem para eliminar as barreiras que nos distanciam no que tange os sentimentos. O amor fraternal de Netuno une os corações.
Por último, Plutão vem trazer a expressão da nossa vontade a nível coletivo espiritual. A ação não é mais voltada ao indivíduo e sim ao coletivo, Plutão une a humanidade no plano da expressão de uma vontade mundial.
Em 1977, foi descoberto o asteróide Quíron, que orbita o Sol entre Saturno e Urano, e ele pode ser considerado a ponte para acessarmos e utilizarmos dessas energias transaturninas. São consciências poderosas às quais podemos nos unir e utilizar para contruirmos uma nova era.
Cada vez que nos afastamos mais do nosso ego, expressamos uma energia mais voltada para o coletivo. E é um coletivo diferente, um coletivo espiritual, e não mais aquele criado por leis sectárias, como conterrâneos de um país, ou torcedores de um mesmo time de futebol. O coletivo não tem barreiras ao adquirirmos a consciência espiritual de que somos almas em corpos.
O ego nos ajuda, mas também nos atrapalha, e ao longo da vida aprendemos a diferenciar o que tem origem no ego e o que vem do nosso eu superior. Aos poucos vamos aprendendo a caminhar e agir voltado para o benefício coletivo e não pessoal, adquirindo sabedoria para nossas decisões.
Para além do sistema solar, existem energias cósmicas que já não estão sob influência do karma. Vamos aprendendo na nossa jornada a integrar os arquétipos opostos em nosso mapa, para conseguirmos atingir um estado de harmonia interior, vivendo no centro do mapa.
Vou falar desses 5 planetas e guiar uma jornada passando por essas consciências, desde as mais materiais, até as mais espirituais. A jornada nos torna o Cidadão Cósmico, aquele que já não se prende às leis sectárias e é regido pela lei cósmica.
Vamos juntos?

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